segunda-feira, 26 de março de 2012

Indignação

E agora essa é a parte do mundo que lhe cabe.

Lhe é marcado assim pela ausência do que você soube.

Mesmo agora você dominando mais do que era,

Nada lhe será garantido pelo que você é.



Ah não ser quando você deixar de sê-lo e seu tudo de hoje já não lhe for suficiente.


Afinal sua mudança tardia pintou de verde queimado o seu jardim.
Sua covardia já entupiu a fumaça na lareira.
E seu cão de guarda se esgueira pra fugir e morder suas únicas rosas.

Seu tapete velho nem pode ser jogado fora, o chão tem um raso buraco.

E com nada poderá mudar esse fato, que consumado. Irá te consumir.
E por nada conseguirá enxotar o rato que mora nas masmorras.
O sótão guarda a água e a poeira do passado.

Pra te lembrar que o que esta de lado nunca lhe foi dado.
Mas também pra te dar o trabalho da limpeza que com muita aspereza,
Irá te ensinar que tirar o pó da água que você bebe é o único jeito de se contentar
Com a falta de sabor em sua vida.

Contentar que a saída é pegar esse casebre e transformá-lo em mansão.
A vida não te dará nada, nada além da possibilidade de ter tudo.




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