segunda-feira, 28 de maio de 2012

O obrigado vermelho

E antes de saber se era sol ou chama,
O clarão tomou conta. O mundo virou um porão.
Ela já se viu a atirar naquele poço, sussurrando a um deus
Que aquilo fosse fósforo e não vulcão.

Mas nos olhos via desespero.
Desespero de ter a vida trovejando um não
Enquanto a carne sumiu, a visão formava.
Cada nervo perdido, cada músculo atrofiando
Era uma possibilidade de deixar a cabeça apreciar...

Apreciar a verdade que nunca pudera conter,
por estar preocupado demais tentando sustentar.

Um esqueleto velho, latejante, experienciado pelo tempo.
Experienciando a sanidade da verdade que sempre lhe espreitou.

Tendo o toque da divindade que sempre respeitou,
E ela não tinha barbas, não usava branco e tão pouco era alguém.

Após ver a vida de perto, nada lhe restará além da morte.
Que, na verdade, já tinha se atrasado.
Chegou longe no entender do amor que sentia, chegou longe no demonstrar.

E aqui seus entendimentos se rebatem e rebolam no tempo que ri de tudo.

Como se fosse lenda conseguiu ressurgir com o que acreditou, no fim.

Em outros. Em mim.

E, assim, construiremos com ele, impérios de entendimentos. Sem ele nem mesmo poder sustentar-se.
Mudou o mundo, por mudar-se a si, por amar suas crias, por criá-las para a vida.

Por criar a possibilidade de mais amor.
Por gerar a possibilidade de um entendimento desconectado do sofrer mortal.





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