sexta-feira, 2 de abril de 2010

E quando falhei, ou quando ao menos falei que falhei,
Estava fadado a aguentar peso de descordia.
Seriam cobradas respostas minhas que eu não sei.
As perguntas todas que fiz foram como uma paródia.


As procuras todas que organizei foram perdidas num poço,
Os desejos ali jogados o transformaram em fosso.
Quem dera alguém pescar o ralo e deixar a vida rolar.
Quem dera esquecer o fato que fez ela parar.


Quando admiti a todos já tinha admitido para mim a tempos.
Já fazia muito que os doces dessa vida tinham deixado de ser suculentos.
Agora faz tempo que eu sinto saudade do tempero daqueles pratos.
Amanha estarei em outro restaurante, talvez pensando nestes saltos.


Ah, se eu gozasse mais dessa vida que só me alegra,
Se eu tentasse ver menos do que a vista enxerga.
Fechar os olhos para a janela, abrir a porta e pegar barco à vela.
Remar e ir mais rápido visando, dentre as utopias, a mais bela.


Esquecer que o que fiz foi falho, conseguir viver a vida em frangalhos.
Ser afagado sem ser julgado, ser solto no mato pra viver minha vida selvagem,
Mas sempre ter pra onde retornar, para onde eu sei que sou domado.
Quero viver, meu bem, onde eu possa não ser um mendigo perdido e calado.

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