Indecisão
A mulher dos sonhos dele passou.
O homem da vida dele passou.
Com certeza ele seria feliz, teria vida plena.
Uma pena, pelado passaria muito tempo.
Mas não descobriria o que descobriu.
Ele era um moço de alma não pequena,
Tinha que contribuir, desmistificar o elemento.
Deus falou que ele seria importante, mentiu.
Ele somente pode ser importado, talvez invejado.
Querido e amado? Claro, todos seremos.
Ele ficou no meio. Lugar seguro, calor pouco e frio pouco.
Já os extremos são lindos, são calmos e são extremos.
Ele observou. De genética perfeita óculos usou. Foi taxado,
De retardado, estranho e inútil. Mas tinha o refúgio de seus remos.
Maltratado pelos outros e por seus desejos. Ficou louco.
O que realmente importa é o que tivemos e o que teremos.
Ele descobriu como os Pleks conseguem carregar dois zuns sem morrer.
Notório trabalho. Queria eu ter os nomes nos livros.
Viver de metade, de meio, no meio é só metade vida.
Tiveram outros que viveram extremo e assinaram fotos e livros.
Tentamos avistar a perfeição e torcer pra que nunca ocorra o desista.
Vida boa? Me pergunto todo dia, antes de tomar uma decisão.
Durmo todo dia esperando o seguinte a fim de nele descobrir o que fazer.
Vinte anos se passaram e o dia seguinte será o da descoberta.
E assim se vai e se esvai.
Preferível estar no meio, do que não estar.
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