segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Encantado.

Existem 4 tipos de amor.

O primeiro é a reprodução do que o primeiro ser pensante sentiu quando viu o primeiro relâmpago.
Estava tudo escuro, a lua era nova. Tudo ausente, nada existindo, aparentemente.
E lá no alto da montanha o ser pensante com insônia olha o breu, tentando entender pra onde o tudo se foi.
Se sentindo único no mundo, ele vê que o mundo se lembra dele, de súbito.

E, de repente, do céu; por um nada de tempo. O mundo brilha, e sussurra "estou aqui".
Um simples relâmpago que te lembra que você não esta sozinho.

Só que esse amor não sumiu no ar, ele se entende em sua capacidade de propagar.
E no contato com a vida se transforma em fogo, que não administrado se transforma em ferida.

E assim, no que cabe a mim, o fogo é o segundo tipo de amor. O que sentimos ali é o calor, o afago, o aconchego.

Mas, o fogo queima, as vezes mais do que queríamos.
Difícil de transportar, odioso em se alastrar.
Te olha com sede e quer te consumir.
Te faz achar que a claridade pode ser eterna.

E assim o domínio desse amor, desse fogo, desse arder. Esse é o terceiro tipo de amor.
Quando você conquista o que te inspira, afaga sem ser consumido, energiza a noite com o dia. Quando você confunde a alegria, causa arritmia.

E assim, parece que tudo esta completo. O domínio se torna quase total. O dia se torna imortal.

Mas poucos se lembram do quão belo é o não enxergar e ainda saber que tudo esta ali a ser consumido.

O quarto tipo, o tipo que eu quero, é simples.

É a mais, e sendo a mais é menos.

É a sensação que todos teremos quando entendermos na completude.

É a sensação de ver, por um centésimo de segundo, o dia virando a noite.

E, de súbito, como um relâmpago invertido, entenderemos o sentido. De existir o duplo sentido.

De viver e de amar. De ser e deixar-se se alastrar.
Entender tudo é amar, e entender tudo é compreender o nada.



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