terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A cola

Se o aguardo, guarda ressentimento preta,
eu não aguento e invento uma canção.
Mas, e se o laço fosse bem preso preta,
será que a fuga ia ter sido em vão?

Ou talvez tenha sido o apertar
Que te sufocou;
que te quis matar.

O preta me perdoe pelo erro. Deixa, deixa eu consertar.

Te juro que nunca mais desço do morro.
Nem no samba eu vou me acabar.
Começo a ir só de segunda, terça e quarta,
mas eu juro que na quinta eu vou parar.

O preta me perdoe pelo equívoco, esse aí já vai passar.
Deixa, deixa eu consertar.

Que a vida vai ser bonita e de alegrar.

Oh preta me perdoa, e voa pro seu lar.

Saiba que a bebida não vai ser motivo pra você se emburra,
Nunca mais vou esquecer da sua.
E então ela vai estar,
sempre aqui pertinho, pra você me acompanhar.

E o consertar em casa vai ser só de concerto,
 eu deixo o acerto para os outros que tentar.

O minha preta não se distancie,
venha e me avalie
E veja que se você for o coração não vai durar.

A cabeça vai começar a trovejar.
E a vontade vai estourar aquele nosso amor,

E a saudade vai brotar,

vai brotar muita mais
que a salsinha, aquela que você plantou.


Vai ser uma saudade minha, repleta de dor.


O minha preta não se distancie,
oh minha preta venha e me avalie.
Por favor me perdoe pelo erro que passou.

Deixa, deixa eu consertar.
Se não, a vida vai acabar junto com nosso amor.




















4 comentários:

  1. A Poesia É Para Os De Alma

    Viver de poesia é solitário.
    Solitária sina de quem ama, de quem se deixa de amar.
    Mas ao mesmo tempo é junto; é confortante.
    É abraço de urso de pelúcia.

    Na minha astúcia, escrevo versos.
    Para fugir.
    Fugir da solidão, da falta que me faz
    quem eu nem conheço o andar.
    Mas assim o vejo chegar.
    Mas só o vejo.
    Será que hoje vai dar?

    É encontro com a alma.
    Um olhar de montanha russa
    Que desbrava curvas e perigosas
    Descidas.
    Mas não há saídas.
    Aonde vai dar?

    Por isso, posto que poesia é encontro
    Do desencontro com o perdido.
    Poesia é equilíbrio, meu senhor?
    Não, poesia é falsa fuga,
    É desequilíbrio,
    É grito,
    Por vezes choro e dor.
    Não adianta, assumo:
    Poesia é amor.

    Pela vida,
    Por vezes doce, às vezes ferida.
    É sofrida pena.
    Pena? Apenas não deixa de ser.

    Poesia também vicia.
    E todo vício mostra uma falta,
    E de novo: a fuga.
    Precisa de ajuda?
    Não, não acuda
    Aquele que quer se queimar.
    E como é bom se estrepar.

    E a montanha russa não pára.
    E a montanha russa, não é russa, não senhor.
    A montanha é minha.
    A montanha é sua.
    A montanha é buraco.
    E o buraco é fundo.
    Mas não,
    Não se acabou o mundo.

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    1. Que lindo, que belo. Um abraço desconhecido que me saúda em sua sede.

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  2. Que a sede compartilhada, encha um copo de afeto ou que, pelo menos, o deixe metade cheio. Abraço de quatro braços a você.

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