A cola
Se o aguardo, guarda ressentimento preta,
eu não aguento e invento uma canção.
Mas, e se o laço fosse bem preso preta,
será que a fuga ia ter sido em vão?
Ou talvez tenha sido o apertar
Que te sufocou;
que te quis matar.
O preta me perdoe pelo erro. Deixa, deixa eu consertar.
Te juro que nunca mais desço do morro.
Nem no samba eu vou me acabar.
Começo a ir só de segunda, terça e quarta,
mas eu juro que na quinta eu vou parar.
O preta me perdoe pelo equívoco, esse aí já vai passar.
Deixa, deixa eu consertar.
Que a vida vai ser bonita e de alegrar.
Oh preta me perdoa, e voa pro seu lar.
Saiba que a bebida não vai ser motivo pra você se emburra,
Nunca mais vou esquecer da sua.
E então ela vai estar,
sempre aqui pertinho, pra você me acompanhar.
E o consertar em casa vai ser só de concerto,
eu deixo o acerto para os outros que tentar.
O minha preta não se distancie,
venha e me avalie
E veja que se você for o coração não vai durar.
A cabeça vai começar a trovejar.
E a vontade vai estourar aquele nosso amor,
E a saudade vai brotar,
vai brotar muita mais
que a salsinha, aquela que você plantou.
Vai ser uma saudade minha, repleta de dor.
O minha preta não se distancie,
oh minha preta venha e me avalie.
Por favor me perdoe pelo erro que passou.
Deixa, deixa eu consertar.
Se não, a vida vai acabar junto com nosso amor.
A Poesia É Para Os De Alma
ResponderExcluirViver de poesia é solitário.
Solitária sina de quem ama, de quem se deixa de amar.
Mas ao mesmo tempo é junto; é confortante.
É abraço de urso de pelúcia.
Na minha astúcia, escrevo versos.
Para fugir.
Fugir da solidão, da falta que me faz
quem eu nem conheço o andar.
Mas assim o vejo chegar.
Mas só o vejo.
Será que hoje vai dar?
É encontro com a alma.
Um olhar de montanha russa
Que desbrava curvas e perigosas
Descidas.
Mas não há saídas.
Aonde vai dar?
Por isso, posto que poesia é encontro
Do desencontro com o perdido.
Poesia é equilíbrio, meu senhor?
Não, poesia é falsa fuga,
É desequilíbrio,
É grito,
Por vezes choro e dor.
Não adianta, assumo:
Poesia é amor.
Pela vida,
Por vezes doce, às vezes ferida.
É sofrida pena.
Pena? Apenas não deixa de ser.
Poesia também vicia.
E todo vício mostra uma falta,
E de novo: a fuga.
Precisa de ajuda?
Não, não acuda
Aquele que quer se queimar.
E como é bom se estrepar.
E a montanha russa não pára.
E a montanha russa, não é russa, não senhor.
A montanha é minha.
A montanha é sua.
A montanha é buraco.
E o buraco é fundo.
Mas não,
Não se acabou o mundo.
Que lindo, que belo. Um abraço desconhecido que me saúda em sua sede.
ExcluirQue a sede compartilhada, encha um copo de afeto ou que, pelo menos, o deixe metade cheio. Abraço de quatro braços a você.
ResponderExcluirEu não consigo te ver desconhecido (a).
Excluir